Cinco nomes para ouvir e acompanhar em 2017
Thales de Menezes
Neste ano, o sertanejo universitário conseguiu uma proeza de dominação inédita na batalha musical no país: em alguns meses, os artistas do gênero ocuparam 90% da lista das cem faixas mais executadas nas rádios. Enquanto isso, o cenário alternativo sobreviveu com pouca vendagem e um atrofiado circuito de shows. Se 2016 foi um ano para escutar Criolo, Liniker, Johnny Hooker, Emicida e Silva, o próximo já tem um punhado de nomes que merecem atenção. Eis alguns.
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ANA CLÁUDIA LOMELINO
Há duas formas de acompanhar a cantora. Pode ser em seu trabalho solo, no qual assume a personagem Mãeana. Ela acaba de lançar um DVD gravado ao vivo do MAM, que inclui inéditas de Caetano Veloso e Adriana Calcanhotto, com um visual impactante. E Ana pode ser vista e escutada cantando no Tono, um ótimo grupo que ainda não estourou por algum motivo misterioso.
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BAIANASYSTEM
Impossível tratar o grupo de Salvador como uma novidade, já que desde o começo da década é possível dançar com Russo Passapusso, Marcelo Seco e Roberto Barreto. Mas 2016 marca a afirmação da banda, com o álbum “Duas Cidades”. O melhor é assistir ao vivo em 2017, para ver como funciona essa mistura do soundsystem jamaicano com a guitarra baiana e um batuque matador.
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LAYA
A cantora cearense radicada em São Paulo já era conhecida no circuito independente como vocalista da banda O Jardim das Horas. Mas seu trabalho solo é menos eletrônico e vai mais para uma MPB sofisticada. Além do trabalho autoral com o parceiro Mauricio Tagliari, produtor do recém-lançado álbum de estreia, Laya leva aos shows uma voz poderosa e uma baita presença cênica.
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SERAPICOS
É difícil classificar o som da banda paulistana. As letras intrigantes de Gabriel Serapicos são emolduradas por algo de folk e de rock, mas cheio de intromissões esquisitas, que surpreendem a cada música do álbum “17 Canções em Português para Ouvir Antes de Morrer” —que, apesar do título, tem 13 faixas. Mas já há coisa nova na internet, como versões ao vivo bem legais.
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SOFIA FREIRE
Chegando agora aos 20 anos, a cantora de Recife foi selecionada no edital 2017 da Natura Musical, o que vai viabilizar álbum e shows para sua música bem misturada. Compondo desde os 15 anos, Sofia lançou um disco no ano passado, “Garimpo”, e resenhas do trabalho citam Bjork e Debussy. Pois é. A cantora e pianista transita facilmente do eletrônico ao erudito, com lirismo.