Vitrola http://vitrola.blogfolha.uol.com.br Thales de Menezes Fri, 02 Feb 2018 19:43:23 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=4.7.2 Trilha do filme “Aquarius” ganha versão em K7 http://vitrola.blogfolha.uol.com.br/2016/09/17/trilha-do-filme-aquarius-ganha-versao-em-k7/ http://vitrola.blogfolha.uol.com.br/2016/09/17/trilha-do-filme-aquarius-ganha-versao-em-k7/#respond Sat, 17 Sep 2016 11:00:48 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg http://vitrola.blogfolha.uol.com.br/?p=243 A trilha sonora do filme “Aquarius”, do diretor de Kleber Mendonça Filho, ganhou uma versão na pegada vintage, uma K7 com toda a trilha do longa está sendo enviada para um público selecionado pela produtora do filme.

O sócio-proprietário do estúdio FlapC4, Fernando Lauletta, de São Paulo, que ousou comprar uma copiadora de K7 no início do ano, foi procurado pela Vitrine, produtora do filme, que encomendou cerca de 100 fitas k7 como uma forma de ação de marketing. “Os produtores nos procuraram e eu achei que a ideia tinha tudo a ver com o filme”, disse Lauletta, referindo-se as cenas em que Sônia Braga, que faz o papel de uma escritora e jornalista e que só ouve músicas em K7 e ou vinil. Logo no início do filme, em uma cena na praia que se passa nos anos de 1980 a protagonista coloca uma fita cassete no toca-fitas do carro e começa a tocar “Another One Bites The Dust”, do Queen.

O longa disputou a Palma de Ouro no Festival de Cannes, mas o júri escolheu como vencedor o representante britânico, “I, Daniel Blake”, de Ken Loach. O filme retrata a cidade de Recife em 2010 e a protagonista Clara, interpretada por Sônia Braga, está constantemente ouvindo música, em vinil ou K7. Em uma das cenas ela coloca um K7 no tape-deck para tocar, em outras ela está ouvindo um vinil e isso tudo embalado com o melhor da MPB e do Rock dos anos 70′ e 80′.

A playlist é bem eclética abrindo com “Hoje”, de Taiguara, tem também “Toda Menina Baiana”, de Gilberto Gil, passa pelo romantismo em “Sentimental Demais”, de Altemar Dutra e ainda, tem poesia com o “Texto de Fauzi Arap Com Fundo Musical Jogo de Damas”, de Maria Bethânia. É uma pena que como uma K7 tem somente 60 minutos, tiveram retirar algumas músicas como a psicodélica “Dois Navegantes”, da banda pernambucana Ave Sangria.

Lembrando que a fita k7 ainda é uma ação de marketing da produção do longa e que pelo menos até o momento, as fitas estão sendo enviadas para pessoas estritamente selecionadas pela produtora Vitrine, com uma carta escrita em maquina de escrever, assinada pela protagonista e moradora do edifício “Aquarius”, Clara. Mas não há nenhuma previsão da fitinha chegar para o consumidor comum. Podemos ver na galeria de fotos uma delas que foi enviada para o jornalista e escritor pernambucano Xico Sá.

Acesse a playlist do filme no Spotify:

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Discos raros não perdem valor com relançamentos http://vitrola.blogfolha.uol.com.br/2016/07/01/discos-raros-nao-perdem-valor-com-relancamentos/ http://vitrola.blogfolha.uol.com.br/2016/07/01/discos-raros-nao-perdem-valor-com-relancamentos/#respond Fri, 01 Jul 2016 21:39:44 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg http://vitrola.blogfolha.uol.com.br/?p=104 Como pode um disco de vinil brasileiro alcançar o patamar em valores, comparados a uma joia? O mercado de disco raro brasileiro é realmente surpreendente, mesmo esses discos sendo relançados por selos nacionais e ou internacionais, alguns deles podem passar de R$ 10.000. Isso mesmo, uma “joia rara”, como dizem alguns colecionadores, que vislumbram tê-los no acervo, ou de um lojista que diz que um vinil desses pode salvar o mês de baixas vendas e vivem garimpando essas preciosidades.

Numa conversa de balcão de sebo, na loja Disco 7, no reduto das galerias da rua 24 de maio, no centro de São Paulo, pergunto sobre discos raros brasileiros a um vendedor. Ele rapidamente pega em baixo do balcão um exemplar do disco “Coisas”, do maestro e multi-instrumentista brasileiro Moacir Santos, lançado em 1965. “Este não é o relançamento, é o original da época, mas já está vendido”, disse. “Carlinhos”, como prefere ser chamado, me alerta quanto o selo Polysom, que já o relançou em 2013, com um custo em média de R$80, mas
o exemplar em suas mãos, segundo ele, foi vendido por R$ 1.200.

Mas um dos principais e mais raros discos de vinil brasileiro é o álbum Paêbiru, gravado por Zé Ramalho e Lula Côrtes, lançado em 1975, é considerado uma obra-prima, uma fusão da música regional nordestina, do misticismo e do rock psicodélico o classifica como uma das experiências mais ousadas e criativas da nossa MPB. Mas não é só isso que o torna o disco mais raro do Brasil, pois uma história “macabra” fez com que 1000 das 1300 cópias prensadas fossem levadas por uma grande enchente dos estúdios da gravadora aos canais recifenses, ainda
como se não bastasse tanta tragédia, a fita máster também se foi com as águas.

Das 300 cópias restantes é possível encontrar no mercado com valores em média, para um em excelente estado beira aos R$ 4.000. O disco foi relançado sem a autorização de seus autores por selos ingleses, americanos e alemães e hoje é possível achá-lo por R$ 300, tanto em algumas lojas especializadas ou até em sites. Numa pesquisa rápida em sites de vendas pela internet, aqui e fora do Brasil, achei um por R$ 11.000, neste caso, o vendedor que é brasileiro, recebeu inúmeras mensagens de interessados, ora barganhando o valor, outrora até mesmo dizendo que ele, “colocou esse valor porque não quer se desfazer”, do LP.

Colecionador de obras raras, o técnico em segurança do trabalho Adair Fernandes Rabelo Junior, têm uma edição relançada do álbum Paêbiru, de um selo inglês Mr Bongo. “Sou totalmente a favor das reedições e as compro, mas é preciso que elas respeitem a prensagem original, com capas duplas e encartes que reproduzam a fidelidade do original”, disse Adair. Segundo ele, essas reedições não desvaloriza o original porque é como ter uma obra original de Van Gogh e uma réplica. “Quem têm uma edição do Paêbiro têm um sobrevivente, por toda história que envolve o disco o torna uma peça única e carrega seu valor”, completa. O colecionador ainda exibe com muito entusiasmo um exemplar muito bem conservado do Tim Maia Racional Volume 2, lançado em 1976, que é outra obra muito difícil de se encontrar em boas condições. “O Volume 2 é mais difícil porque é o segundo da série da Cultura Racional (seita que Tim Maia pertenceu na década de 70′), e logo depois de lançado o Tim se desiludiu com a seita e mandou recolher todos os discos, então sobraram poucas edições e ele nunca foi relançado”, conta o colecionador que avalia seu item em R$ 800, mas é fácil achá-lo por até R$ 1,4, no mercado online de venda de discos. 

Renegado pelo Rei Roberto Carlos, segundo rumores, seu primeiro disco também é uma das peças mais raras do mercado. “Louco por Você”, lançado em 1961, pode ser encontrado por valores que vão de R$ 3.000 a R$ 7.000. Reza a lenda de que o rei não gosta do disco e que sua equipe caça as edições em todos os lugares possíveis, pagando o que for. 

Segundo Tony Braga, radialista e proprietário do sebo Baú dos Discos, as reedições esbarram nos direitos autorais, porque prensar o disco não é o mais difícil. “Se fosse fácil reeditar esse disco já teria sido reeditado, mas o que sei é que além do Roberto não gostar dele o Carlos Imperial, autor da maioria das canções e produtor do Roberto durante o inicio da sua carreira, também não queria sua reedição”, disse o lojista. Tony disse ainda que já o teve em mãos alguns exemplares, mas que não dura uma semana na loja, que o ultimo foi vendido por R$ 2.000. Segurando em mãos o álbum “Viva a Juventude”, de Renato e Seus Blue Caps, de 1964, que segundo ele, é a “joia rara” do momento.

O melhor de Tim Maia em 180 gramas

Os três primeiros álbuns do soulman brasileiro Tim Maia serão relançados, os álbuns homônimos, de 1970, de 1971 e 1973, já estão na prensa da Polysom. Algumas lojas online já estão fazendo pré-reservas, a fábrica acabou de confirmar que os primeiros discos de carreira do pai da soul music vão ser reeditados pela coleção “Clássicos em Vinil”, em 180 gramas. Os três discos carregam a melhor fase e os grandes hits do cantor.

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O vinil digital está em alta e gera polêmica http://vitrola.blogfolha.uol.com.br/2016/06/18/o-vinil-digital-esta-em-alta-e-gera-polemica/ http://vitrola.blogfolha.uol.com.br/2016/06/18/o-vinil-digital-esta-em-alta-e-gera-polemica/#respond Sat, 18 Jun 2016 11:00:35 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg http://vitrola.blogfolha.uol.com.br/?p=61 O leitor deve estar perguntando: como assim um vinil digital?

Pois é. Esse questionamento veio depois de o cantor e compositor Ed Motta, em uma entrevista, dizer que a pior prensagem do álbum “Aja”, da banda de jazz-rock Steely Dan, era a recente reedição americana. Isso mesmo, a pior em relação à qualidade sonora é o relançamento. “O som vem meio CD, comprimido demais, parece que eles mixaram novamente”, disse na entrevista.

Foi ai que levantei essa questão, do porquê os relançamentos têm um som diferente, ou pior, diante de tanta tecnologia hoje em relação à masterização, remasterização etc.

O Ed Motta tem propriedade suficiente para falar o que quiser quando o assunto é vinil. O músico possui um acervo de mais de 20 mil itens em LP e só do álbum “Aja” o músico possui seis edições entre a nacional, japonesa e três americanas, e diz que a melhor e mais fiel qualidade sonora é a americana — lançada pelo selo americano Mobile Fidelity Sound Lab, que diz em seu site fazer a mais fiel versão em UHQR (Ultra High Quality Record), que quer dizer a melhor gravação em alta qualidade.

O assunto é polêmico, tanto que me levou a escrever sobre isso nesta minha primeira participação no Vitrola.

Ouvi alguns dos novos fabricantes de vinis do Brasil para tentar chegar em um consenso do que estamos falando.  Afinal, como pode um vinil ser digital? Um LP extraído de um arquivo digitalizado perde ou não suas propriedades analógicas, fieis ao da primeira matriz gerada, ou seja, da primeira gravação em fita feita em estúdio?

O músico, DJ e produtor Michel Nath é um dos visionários do mercado de vinil e está prestes a abrir a primeira do fábrica de bolachas em alta qualidade, em São Paulo. Segundo ele, na Vinil Brasil, que deve começar a prensar até o fim de agosto deste ano, será possível fazer um processo puramente analógico. “Se uma banda chegar com uma matriz gravada em analógica, ou seja, com uma fita de rolo, nós vamos ter como prensá-lo direto no vinil, sem precisar transformar esse material em uma mídia digital”, disse o empresário.

O processo de masterização exige um conhecimento muito aprofundado e por isso que Nath foi buscar técnicos que trabalharam no mercado de discos desde os anos 1970. “Nesse  processo, se o técnico não souber muito bem o que está fazendo ele estraga todo um trabalho. Ele precisa ter muita experiência para saber como a música deve soar”, completa o DJ.

Na maioria das fábricas no mundo as prensagem são feitas a partir de uma matriz digital, principalmente as grandes gravadoras, que guardam suas matrizes em cofres a sete chaves.

Um exemplo curioso foi um caso da lenda do Led Zeppelin, o guitarrista Jimmy Page, que quando estava revirando os tapes originais da banda para reeditar a discografia, num cofre desses com temperatura controlada, acabou achando uma versão inédita de “Whole Lotta Love”. Ou seja, nem os membros das próprias bandas sabem o que tem guardado nesses cofres secretos.

Os novos fabricantes de vinis foram taxativos em dizer que a maioria das fábricas de vinis atuais não tem como fugir desse processo digital do vinil. De acordo com Vice Fiori, engenheiro de corte da Mammoth Green-SP, a maioria das matrizes que eles recebem para prensar os discos são para fabricar CD e isso está matando o processo. Fiori é quem faz os cortes dos vinis da Lombra-Records, fabricante de vinil de Brasília, que prensa somente lançamentos.

“Todo esse áudio é gravado, editado e masterizado em digital, é muito raro recebermos uma masterização adequada (ou até mesmo correta) para vinil”, afirma o engenheiro.

Ainda segundo Fiori, esse processo até ajuda e facilita mas a falta de uma matriz especifica para vinil põe em risco a qualidade final do produto. “Por um lado temos um grave mais definido, por outro, os agudos e ressonâncias são difíceis de se acertar, gravar um disco é muito diferente de um CD”, disse.

Para tentar alcançar uma qualidade de som mais aproximada a suavidade do vinil o engenheiro disse que a Lombra-Records passa a matriz para um processo analógico para depois prensar. “Nosso processo consiste entre o analógico e digital, passando pelas válvulas, console. E se o cliente preferir, com um custo adicional, passamos a matriz final para a “tascam” (gravador de estúdio que divide os canais), profissional de fita cassete e rodamos direto para o vinil”. Segundo ele, isso não significa que o resultado seja melhor que o digital, mas é possível recuperar boa parte do “doce” do vinil, que era obrigatoriamente masterizado de forma suave.

Em um fórum de “audiófilos” (termo dado aos puristas do vinil), li algumas reclamações quanto a qualidade dos vinis reeditados. Os puristas, que só escutam vinil nos mais completos e refinados toca-discos para tentar extrair ao máximo os 70% do som gravado em estúdio, criticam o modo em que as prensagem são feitas. As criticas são direcionadas aos discos da Polysom, a maior fabricante atual do formato e responsável em colocar nas prateleiras das lojas boa parte dos discos brasileiros que eram considerados quase extintos.

A reclamação dos audiófilos era especificamente a mesma reparada pelo Ed Motta e que já falamos, que é a qualidade sonora do disco que é semelhante a do CD, que, como os outros fabricantes, a Polysom também extrai seus vinis do processo da matriz digital.

Lembrando que o próprio Ed Motta teve recentemente um disco relançado pelo fabricante, o álbum “Entre e Ouça”, de 1992, foi reeditado numa edição de luxo em 180 gramas. Mas será que ele ouviu, aprovou a qualidade? Tentei contato com ele mas sua produtora nos informou que eles estava em viagem e não retornou a tempo de fechar a matéria.

O diretor da Polysom João Augusto nos disse que, nada do que é feito na produção dos discos é diferente do que é feito em qualquer das 42 fábricas existentes ou nos mais de 100 estúdios de corte de acetato. “A qualidade de som segue sendo o principal objetivo e ele tem sido alcançado com louvor.” Ainda segundo o empresário, todos os títulos da série Clássicos em Vinil, do fabricante, são produzidos a partir dos tapes originais remasterizados especialmente para vinil pelos melhores profissionais disponíveis no mercado. Entre os mais recentes relançamentos do selo estão o álbum Brazilian Octopus, lançado em 1968, grupo instrumental psicodélico que tinha Hermeto Pascoal e Lanny Gordin, que teve a critica aqui feita pelo Thales de Menezes, além do primeiro do Trio Mocotó, de 1973.

Vamos deixar de lado esse papo purista e falar um pouco como colecionador. Quero ver algum amante do vinil se deparar com a caixa dos Mutantes, com sete discos, e que não sinta aquela coceirinha nas mãos e nos ouvidos, é claro. Estão dentro da “pandora” cinzenta, os cinco álbuns gravados em estúdio, mais o “Tecnicolor” (disco gravado na França em 1970, e que ficou na gaveta por quase 30 anos), e a uma coletânea. Tudo bem que o preço para desembolsar em uma só tacada é um tanto salgado, em média, o preço fica por volta de R$ 700, mas é possível achar algumas com preços melhores em lojas da região da galeria do rock.

Troque um agasalho por um vinil

Neste domingo (19), tem feira de vinil no museu Dimitri Sensaud de Lavaud, museu municipal de Osasco

Diferentemente de outras feiras, quem levar um agasalho ganhará um disco da sessão de brindes ou terá 10%, na banca Cultura na Calçada. Haverá ainda discos para compra, venda e troca, com preços a partir de R$ 2. 

Além dos expositores, você pode levar até 30 discos no máximo, para quem queira levar somente para troca, sem a reserva de espaço. Ainda terá discotecagem do Favela Hi-FI SoundSystem. 

O museu de Osasco fica na avenida dos Autonomistas, 4.001, Jardim Granada, em Osasco.

 

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